A AUTOESTIMA: SEU
SIGNIFICADO EM NOSSA VIDA
Introdução
A forma como nos sentimos acerca de nós mesmos é algo que afeta
crucialmente todos os aspectos da nossa experiência, desde a maneira como
agimos no trabalho, no amor e no sexo, até o modo como atuamos como pais, e até
aonde provavelmente subiremos na vida. Nossas reações aos acontecimentos do
cotidiano são determinadas por quem e pelo que pensamos que somos. Os dramas da
nossa vida são reflexos das visões mais íntimas que temos de nós mesmos.
A autoestima é a apreciação que uma pessoa faz de si mesma em
relação à sua autoconfiança e seu autorespeito. Através dela podemos enfrentar
desafios e defender nossos intertesses. Assim, a autoestima é a chave para o
sucesso ou para o fracasso. É também a chave para entendermos a nós mesmos e
aos outros.
O que está relacionado à autoestima?
A autoestima é formada na infância, utilizando o tratamento que se
dá à criança como peça chave, ou seja, se a criança for sempre oprimida em relação
às suas atitudes terá baixa autoestima. Por outro lado se for sempre entendida,
apoiada, orientada positivamente naquilo que é certo ou errado, terá autoestima
elevada.
Acredito que tudo que permeia nossa existencia está intimamente
relacionado à nossa autoestima. Digo isso porque, além de problemas biológicos,
não consigo pensar em uma única dificuldade psicológica entre elas, por
exemplo, presença da ansiedade e depressão, medo da intimidade ou do sucesso,
ao abuso de álcool ou drogas, às deficiências na escola ou no trabalho. Outras
questões muito presentes na atualidade, tais como: espancamento de companheiras
[os] e filhos, imaturidade emocional, suicídio ou aos crimes violentos que não
estejam, de alguma forma, relacionados com uma autoestima negativa. Percebe-se,
assim, que nossa autoestima é um fator importante no direcionamento de nossos
ideais existenciais e, quando positiva nos sentimos motivados, com disposição
para busca de realizações satisfatórias.
O julgamento que fazemos de nós mesmos
Você sabia que de todos os julgamentos que fazemos em nossa vida,
nenhum é tão importante quanto o que fazemos sobre nós mesmos. Isso é
verdadeiro. A autoestima positiva é requisito importante para uma vida
satisfatória. Vamos entender o que é autoestima.
A autoestima tem dois componentes: o sentimento de competência
pessoal e o sentimento de valor pessoal. Em outras palavras, a autoestima é a
soma da autoconfiança com o auto-respeito. Ela reflete o julgamento implícito
da nossa capacidade de lidar com os desafios da vida [entender e dominar os
problemas] e o direito de ser feliz [respeitar e defender os próprios
interesses e necessidades].
O que é ter autoestima elevada, baixa ou média?
Ter
uma autoestima elevada é sentir-se confiantemente e adequado à vida, isto é,
sentir-se competente e merecedor de tudo que possa ser capaz de nos trazer
alegria e bem estar. A baixa autoestima é o sentimento que se manifesta em
pessoas inseguras, criticadas, indecisas, depressivas e que buscam sempre
agradar outras pessoas. Assim, ter uma autoestima baixa é sentir-se inadequado
à vida, errado, não sobre este ou aquele assunto, mas ERRADO COMO PESSOA. Ter
uma autoestima média é flutuar entre sentir-se adequado ou inadequado, certo ou
errado como pessoa e manifestar essa inconsistência no comportamento, por
exemplo: 'às vezes agindo com sabedoria, às vezes como tolo', reforçando,
portanto, a incerteza em tudo que faz.
Autoconfiança e Auto-respeito
Todos
temos capacidades de desenvolver autoconfiança e autorespeito em nossa vida. A
capacidade de desenvolver uma autoconfiança e um auto-respeito saudáveis é
inerente à nossa natureza, pois a capacidade de pensar é a fonte básica da
nossa competência, e o fato de que estamos vivos é a fonte básica do nosso
direito de lutar pela felicidade.
Idealmente
falando, todos deveriam desfrutar um alto nível de autoestima, vivenciando
tanto a autoconfiança intelectual como a forte sensação de que a felicidade é
adequada. Entetanto, infelizmente, uma grande quantidade de pessoas não se
sente assim.
Muitas
sofrem de sentimentos de inadequação, insegurança, dúvida, culpa e medo de uma
participação plena na vida – um sentimento vago de 'eu não sou suficiente'.
Esses sentimentos nem sempre são reconhecidos e confirmados de imediato, mas
eles existem.
O Processo de crescimento e autoestima
No
processo de crescimento e no processo de vivenciar esse crescimento, é muito
fácil que nos alenemos do autoconceito positivo [ou que nunca formemos um].
Poderemos nunca chegar a uma visão feliz de nós mesmos devido a informações
negativas vindas dos outros, ou porque falhamos em nossa própria honestidade,
integridade, responsabilidade e auto-afirmação, ou porque julgamos nossas
próprias ações com uma compreensão e uma compaixão inadequadas.
Entretanto,
a auto-estima é sempre uma questão de grau. Não conheço ninguém que seja
totalmente carente de auto-estima positiva, nem que seja incapaz de desenvolver
auto-estima.
Desenvolver a auto-estima
Desenvolver
a auto-estima é desenvolver a convicção de que somos capazes de viver e somos
merecedores da felicidade e, portanto, capazes de enfrentar a vida com mais
confiança, boa vontade e otimismo, que nos ajudam a atingir nossas metas e a
sentirmo-nos realizados.
Desenvolver
a autoestima é expandir nossa capacidade de ser feliz. Se entendermos isso,
poderemos compreender o fato de que para todos é vantajoso cultivar a
autoestima. Não é necessário que nos odiemos antes de aprender a nos amar mais;
não é preciso nos sentir inferiores para que queiramos nos sentir mais
confiantes. Não temos de nos sentir miseráveis para querer expandir nossa
capacidade de alegria.
Autoestima em Alta
É
preciso que internalizemos que quanto maior a nossa autoestima, quanto mais
alta ela for, mais bem equipados estaremos para lidar com as adversidades da
vida. Quanto mais flexíveis formos, mais resistiremos à pressão de sucumbir ao
desespero ou à derrota. Teremos capacidade de enfrentar tudo àquilo que se
apresenta como negativo em nossa frente. Podemos ainda enfrentar situações que
parecem nos atingir diretamente em nosso eu interior, em nossa emoção e
sensibilidade. Portanto veja alguns pontos de como a autoestima nos ajuda em
diferentes situações:
1-Quanto
maior a nossa autoestima, maior a probabilidade de sermos criativos em nosso
trabalho, ou seja, maior a probabilidade de obtermos sucesso.
2-
Quanto maior a nossa autoestima, mais ambiciosos tenderemos a ser, não
necessariamente na carreira ou em assuntos financeiros, mas em termos das
experiências que esperamos vivenciar de maneira emocional, criativa ou
espiritual.
3-
Quanto maior a nossa autoestima, maiores serão as nossas possibilidades de
manter relações saudáveis, em vez de destrutivas, pois, assim como o amor atrai
o amor, a saúde atrai a saúde, e a vitalidade e a comunicabilidade atraem mais
do que o vazio e o oportunismo.
4-
Quanto maior a nossa autoestima, mais inclinados estaremos a tratar os outros
com respeito, benevolência e boa vontade, pois não os vemos como ameaça, não
nos sentimos como 'estranhos e amedrontados num mundo que nós jamais criamos'
[citando um poema de A. E. Housman], uma vez que o auto-respeito é o fundamento
do respeito pelos outros.
5-
Quanto maior a nossa autoestima, mais alegria teremos pelo simples fato de ser,
de despertar pela manhã, de viver dentro dos nossos próprios corpos. São essas
as recompensas que a nossa autoconfiança e o nosso auto-respeito nos oferecem.
Significado da Autoestima
Autoestima
pode ser definida como a avaliação que o indivíduo faz de suas experiências
interpessoais, atribuindo juízo de valor a si mesmo. As crianças formam sua
autoestima a partir da maneira como são tratadas por pessoas importantes para
ela, tais como pais, amigos e professores.
Nesta
parte, procuremos nos aprofundar mais no significado do conceito de autoestima.
Autoestima, seja qual for o nível, é uma experiência íntima; reside no cerne do
nosso ser. É o que EU penso e sinto sobre mim mesmo, não o que o outro pensa e
sente sobre mim. Portanto, EU me amo muito, mais do que qualquer coisa, sendo
assim, EU estou em primeiro lugar em tudo.
Alguns
estudiosos relatam que quando crianças, nossa autoconfiança e nosso
auto-respeito podem ser alimentados ou destruídos pelos adultos – conforme
tenhamos sido respeitados, amados, valorizados e encorajados a confiar em nós
mesmos. Mas, em nossos primeiros anos de vida, nossas escolhas e decisões são
muito importantes para o desenvolvimento futuro de nossa autoestima.
Estamos
longe de ser meros receptáculos da visão que as outras pessoas têm sobre nós. E
de qualquer forma, seja qual tenha sido nossa educação, quando adultos o
assunto está em nossas próprias mãos. Temnos capacidades de buscar, reagir,
enfrentar e ter êxito.
Ninguém
pode respirar por nós, ninguém pode pensar por nós, ninguém pode nos dar
autoconfiança e amor-próprio. Então, posso ser amado por minha família, por meu
companheiro ou companheira e por meus amigos e, mesmo assim, não amar a mim
mesmo. Posso ser admirado por meus colegas de trabalho e mesmo assim ver-me
como um inútil. Posso projetar uma imagem de segurança e uma postura que iludem
virtualmente a todos e ainda assim tremer secretamente ao sentir minha
inadequação.
Posso
preencher todas as expectativas dos outros e, no entanto, falhar em relação às
minhas. Posso conquistar todas as honras e apesar disso sentir que não cheguei
a nada. Posso ser adorado por milhões e despertar todas as manhãs com uma
nauseante sensação de fraude e vazio.
Chegar
ao 'sucesso' sem conquistar uma autoestima positiva é ser condenado a sentir-se
um impostor que aguarda intranquilo ser desmascarado. Não, de forma alguma
quero ou desejo isso para mim. Sou inteligente o suficiente para saber muito
bem que quero o melhor para mim.
A
tragédia é que existem muitas pessoas que procuram a autoconfiança e a
autoestima em todos os lugares, menos dentro delas mesmas, e, assim, fracassam
em sua busca.
A Autoestima como conquista espiritual
Veremos
que a autoestima positiva pode ser entendida como um tipo de CONQUISTA
ESPIRITUAL, isto é, uma vitória na evolução da consciência.
A
partir do momento em que começamos a entender a autoestima dessa forma, como
uma condição da consciência, entendemos quanta tolice há em acreditar que, se
pudermos causar uma boa impressão nos outros, teremos uma autoavaliação
positiva.
Procuro
pensar sempre que se ter autoestima é julgar que sou adequado à vida, à
experiência da competência e do valor, se autoestima é a autoafirmação da
consciência, de uma mente que confia em si, então ninguém pode gerar essa
experiência a não ser eu mesma. Quando avaliamos a verdadeira natureza da
autoestima, vemos que ela não é competitiva ou comparativa.
A
verdadeira autoestima não se expressa pela autoglorificação à custa dos outros,
ou pelo ideal de se tornar superior aos outros, ou de diminuir os outros para
se elevar. Quando diminuo alguém pensando que estou me elevando é puro engano.
Na realidade eu é que estou precisando me amar mais e me perceber mais sem
prejudicar outrem. A arrogância, a jactância e a superestima de nossas
capacidades são atitudes que refletem uma autoestima inadequada, e não, como
imaginam alguns, excesso de autoestima.
Uma das características mais significativas da
autoestima saudável é que ela é 'o
estado da pessoa que não está em guerra consigo mesma ou com os outros.' a
importância da autoestima saudável está no fato de que ela é o fundamento da
nossa capacidade de reagir ativa e positivamente às oportunidades da vida – no
trabalho, no amor e no lazer. A autoestima saudável é também o fundamento da
serenidade de espírito que torna possível desfrutar a vida com algria, paz e
harmonia.